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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O resgate da tradição navegável do Capibaribe

Com um investimento de R$ 289 milhões, sendo R$ 102 milhões para a dragagem, o principal rio pernambucano voltará a ser uma alternativa de deslocamento para a população; a intervenção permitirá que cerca de 335 mil pessoas sejam transportadas por mês; a obra deve ser concluída em 2014 .


Com o objetivo de possibilitar mais uma alternativa ao deslocamento dos usuários que dependem do transporte público, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria Estadual das Cidades, criou o projeto Rios da Gente. O investimento é de R$ 289 milhões, sendo R$ 102milhões para a dragagem do Rio Capibaribe, com o objetivo de permitir a sua navegabilidade. Cerca de335 mil pessoas deverão ser transportadas por mês e 156 viagens poderão ser realizadas por dia. A obra deve ser concluída em 2014.

A navegabilidade contemplará a Rota Oeste, indo da BR-101 ao centro da Capital, e duas na Rota Norte, partindo do centro recifense até a divisa entre Recife e Olinda. Com um total de 13,9 quilômetros de navegabilidade, serão 11 quilômetros no Eixo Oeste e 2,9 quilômetros no Eixo Norte. Ao todo, 13 embarcações farão o transporte de passageiros. Cada barco terá capacidade para 86 usuários sentados e, em tese, uma velocidade média de 18 quilômetros por hora.

De acordo com informações da Secretaria Estadual das Cidades, estão previstas a implantação de sete estações de embarque e desembarque, sendo cinco na Rota Oeste e duas na Norte. Todas terão com integração ao sistema de transporte público (metrô e ônibus). O projeto contempla os bairros de Casa Forte, Poço da Panela, Torre, Derby, São José, Santo Antônio, Boa Vista, Santo Amaro e vai até as proximidades do Shopping Tacaruna.

“Todo o trajeto contará com sete estações e embarque e desembarque dos passageiros, sendo cinco na rota Oeste e duas na Norte. Todas, inclusive, implantadas em locais estratégicos, permitindo a integração com o atual Sistema de Transporte Terrestre (ônibus e metrô)”, explica a secretária executiva de Articulação Institucional e de Captação de Recursos da Secretariadas Cidades, Ana Suassuna.

As informações dão conta de que todas as estações serão climatizadas, contando com lojas comerciais, áreas de circulação e espera, guichês para a emissão de bilhetes, banheiros e estacionamento de carros e bicicletas. Até o momento, o governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), assinou apenas o edital de licitação.

Todo o processo será feito em duas etapas. Na primeira, serão retirados todos os materiais contaminados, como esgotos e metais pesados, que são se acumularam no rio. A partir daí, serão levados para um terreno localizado próximo à BR-101 e seguirão para um aterro sanitário. Na segunda etapa, haverá a remoção de materiais não contaminados por meio de uma escavadeira. Todos esses compostos serão levados para o oceano a uma distância de 11 quilômetros da costa.

Segundo o secretário Danilo Cabral, o Governo, por meio da secretaria das Cidades, já executou o EIA-RIMA, um Estudo de Impacto Ambiental, que está sendo avaliado pela Agencia Estadual de Meio Ambiente – CPRH, para que seja liberado o licenciamento ambiental. O EIA-RIMA foi elaborado durante quatro meses por uma equipe multidisciplinar, coordenada pela CARUSO JR Estudos Ambientais & Engenharia Ltda.

“Esse é um sonho antigo e audacioso, que vem sendo alimentado por muitas gestões, e estamos colocando em prática. Além de oferecer mais um meio de transporte aos pernambucanos, também estaremos explorando o Rio de forma sustentável”, afirmou Danilo Cabral.

Doutor em Engenharia Hidráulica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ricardo Braga, afirma o rio Capibaribe tem vocação para barcos, pequenos e até maiores, desde que limpo da poluição e dasassoreado. ”Daí para assumir o rio como um corredor de transporte de massa há uma grande diferença”, avalia.

Segundo o estudioso, será preciso a retirada 860 mil toneladas de sedimentos, o que requer maior cuidado para com os impactos ambientais. “É preciso avaliar cuidadosamente as implicações ambientais na deposição e transporte do material dragado, seja no mar ou em aterro”, alerta. “É indispensável projetar as estações de atracação de maneira a retirar o mínimo da vegetação de mangue, que em si compõe a própria paisagem estuarina”, acrescenta.

Braga também faz ponderações a respeito das consequências que o projeto trará para a mobilidade. ”A forma de divulgação tem levado ao entendimento da maioria de que os barcos serão uma solução para o nosso trânsito, o que redondamente não é verdade. Isto porque ele representará no máximo 0,7% do transporte público”, avalia.

Confira as integrações:

Rota Norte

ESTAÇÃO INTEGRAÇÃO
Correios (Rua do Sol) - Integra com o corredor de Transporte Rápido por ônibus (TRO) Norte-Sul.
Tacaruna – Integra com o corredor de TRO Norte-Sul
Rota Oeste

ESTAÇÃO INTEGRAÇÃO
Estação Recife - Integra com o metrô e com o TRO (Norte-Sul)
Estação Derby - Integra com o corredor de TRO Norte-Sul
Estação Torre - Integra com as linhas troncais do SEI que passam pela II Perimetral
Estação Santana - Integra com as linhas troncais do SEI que passam pela III Perimetral
Estação BR 101 - Integra com as linhas que circulam pela IV Perimetral


Fonte: P3247

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