Seca reduz safra e postos de trabalho nos canaviais
Por conta da estiagem prolongada, a maior dos últimos 30 anos, Sindaçúcar-PE estima que a quebra na próxima safra de cana-de-açúcar chegue a 25%; O número de postos de trabalho gerados pela atividade, hoje em torno de 100 mil, deverá ser reduzido em até 20 mil vagas.
Os efeitos da estiagem estão se acentuando na Zona da Mata de Pernambuco. Os municípios de Nazaré da Mata, Itambé e Vicência - todos localizados na Zona da Mata, cinturão agrícola canavieiro - também declararam estado de emergência por conta da seca. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool em Pernambuco (Sindaçúcar - PE), Renato Cunha, a safra, que começa em setembro e vai até março do próximo ano, deverá sofrer uma redução de até 25%. Na última colheita de cana (safra 2011-2012), a produção foi de 17,4 milhões de toneladas de cana.
“As usinas não quebrarão os volumes a serem exportados, pois o mercado internacional é quem as financia no período de entresafra, que vai de abril a agosto, afirmou Cunha.O resultado também deverá impactar diretamente o número de postos de trabalho gerados pela atividade canavieira. A estimativa é que o número de postos de trabalho encolha em até 20 mil vagas. O segmento emprega cerca de 100 mil trabalhadores atualmente. “Na próxima safra, deverá haver uma queda no nível de empragabilidade em torno de 15 a 20 mil empregos”, informou. Caso a queda na produção agrícola seja muito acentuada o mercado interno deverá ser o mais afetado. "Daremos prioridade ao mercado externo”, acrescentou.
Estima-se que o faturamento nos setores de cana, açúcar e álcool ao longo deste período tenha caído em 30%, o equivalente a R$ 700 milhões. Os porblemas provocados pela estiagem prolongada já vem sendo alvo de análises há algum tempo. No primeiro semestre, por exemplo, o Governo Federal em parceria com os governadores do Nordeste realizou um encontro com o objetivo de apresentar propostas para amenizar os impactos da seca, a maior dos últimos 30 anos da região.
Os dados estatísticos sobre as consequências da estiagem prolongada são catastróficos. Somente a pecuária (produção leiteira e criação de gado, caprinos e ouvinos) já sofreu um prejuízo avaliado em R$ 856 milhões.
Dessa forma, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FCNE) dispõe de R$ 1 bilhão, repassados pelo Banco do Nordeste (BNB), para as cidades em estado de emergência. Os créditos variam de R$ 2,5 mil a R$ 100 mil, com juros de 3,5% ao ano (a.a) para os produtores, sendo 1,1% para os agricultores familiares.
“Logo quando foi aprovada essa medida, priorizamos os municípios do Sertão, onde a situação estava mais caótica. Já os da Zona da Mata estão começando a apresentar problemas agora. Estamos pessimistas diante deste cenário”, disse o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Lima.
Outras três cidades da Zona da Mata que já declararam estado de emergência foram Paudalho, Carpina e Pombos. Pernambuco possui 184 municípios, 116 deles afetados pela seca.
Fonte: PE247
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