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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aécio critica governo e fala como presidenciável

Senador tucano chama de "previsões fantasiosas" as estimativas de crescimento do País pelo Planalto e acredita num "esgotamento" das medidas emergenciais para tentar salvar o ano eleitoral.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) já fala como presidenciável nas críticas que faz ao governo federal. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o tucano diz que o Planalto fez "previsões fantasiosas" sobre o PIB e que há um "esgotamento" das medidas emergenciais, segundo ele, usadas para tentar salvar o ano eleitoral. Aécio descreve ainda os problemas com os quais o governo federal terá de lidar, agora com o fim das eleições:

Leia seu artigo publicado na Folha de S.Paulo:

Eleições e economia
As eleições realizadas ontem [domingo], em primeiro turno, e as últimas notícias sobre o desempenho da economia dominam, neste momento, o interesse dos brasileiros em razão das repercussões que têm sobre a vida nacional.

Pelo voto livre e soberano, o pleito reafirma a força da nossa democracia, expressa no encontro de milhares de candidatos e de milhões de eleitores nas urnas dos mais de 5.000 municípios brasileiros e no amplo debate sobre os problemas nacionais que incidem de forma aguda na realidade das nossas cidades: corrupção, gestão precária, saúde ruim, educação sem qualidade, o avanço da violência e os crescentes desafios na área da mobilidade urbana.

Na economia, relatório divulgado pela Cepal aponta que o Brasil crescerá apenas 1,6% neste ano. É o segundo pior resultado entre os 20 países analisados da América Latina e do Caribe, superior apenas ao do Paraguai e atrás de Panamá, Haiti, Peru, México, Costa Rica e Bolívia.

Referendado também por órgãos do próprio governo, como o Banco Central, o resultado desmente as previsões fantasiosas com as quais o governo tentou falsear a realidade.

O número da Cepal já havia sido antecipado por instituições financeiras internacionais e, à época, foi classificado como "piada" por nossas autoridades econômicas, que passaram o ano anunciando crescimento em patamar muito superior. Vê-se agora, de fato, com quem estava a realidade, neste lamentável espetáculo do PIB em queda livre.

Mesmo com tantas evidências, o governo insiste em debitar na conta de outros países a responsabilidade exclusiva sobre o problema, em vez de fazer o seu próprio dever de casa. Ao agir assim, cumpre agenda que atende outros interesses, sem se preocupar com os efeitos deletérios dessa estratégia, que condena o país a um crescimento medíocre, como nos dois últimos anos, e põe em risco a perspectiva brasileira como nação emergente.

Com o esgotamento das medidas emergenciais para tentar salvar o ano eleitoral --e a constatação de que não funcionou, como antes, o tripé oferta de crédito, queda das taxas de juros e benemerências fiscais a setores produtivos--, resta-nos voltar à cobrança das reformas ainda por fazer, único caminho para assegurar competitividade à economia e recolocar o país no rumo de um crescimento sustentado e duradouro.

Ao fim do ano eleitoral, o governo terá de se haver com os antigos desafios que se agravaram sem resposta: o peso dos impostos, o excesso de burocracia, juros ainda nas alturas, legislação trabalhista do século passado, inércia e incompetência para desatar o nó da infraestrutura, entre tantos outros que entravam o desenvolvimento nacional.

Fonte: BR247

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